Numa pequena aldeia de Portugal, a família de Maria estava à espera de um novo membro.
Era uma época de esperança, mas também de apreensão, pois a realidade do parto naquela época era um desafio repleto de incertezas.
Maria vivia numa casa modesta, onde os recursos eram escassos e naquele tempo, muitas mulheres davam à luz em casa, sem assistência médica qualificada.
O dia do parto chegou, foi longo e difícil, e apesar dos esforços da família e de uma parteira local, as condições não eram as ideais.
Infelizmente, o tão esperado bebé de Maria não resistiu.
Este trágico evento marcou profundamente a família de Maria, deixando uma cicatriz que o tempo ainda hoje, não conseguiu apagar completamente.
No entanto, a história não termina aqui. Esse momento de dor tornou-se um símbolo da luta e da necessidade de mudança. A Revolução dos Cravos, que ocorreu pouco tempo depois, abriu caminho para importantes reformas no sistema de saúde.
Com o 25 de Abril, as condições de saúde melhoraram significativamente. Hospitais foram equipados, profissionais foram treinados e o acesso à saúde tornou-se um direito, não um privilégio. As mães como Maria começaram a ter o apoio necessário para que histórias como a sua não se repetissem.
Hoje, lembramos a história da minha família, mas que podia ser a história de muitas outras que passaram pelo mesmo.
Esta história não é apenas um símbolo de tristeza, mas um exemplo do poder transformador da coragem e da mudança. É um lembrete de que cada desafio enfrentado pode ser o catalisador para uma nova era de esperança e melhoria.
Hoje não celebramos apenas os 50 anos do 25 de Abril de 1974.
Celebramos também meio século de liberdade conquistada pelas mulheres.
Por esta razão, hoje, a Unibuto abriu as suas portas e eu fui trabalhar com um sorriso no rosto, grata por ter o direito ao trabalho e por fazer aquilo que amo.
Hoje, empoderei mulheres a tomarem decisões informadas e a escolherem o melhor para os seus filhos.
Que assim continue, sempre.